terça-feira, 12 de maio de 2015

Alvo errante

Lancei uma flecha de rancor
Para o infinito
Ela acertou, no passado,
Alguém que amo hoje

Élisson Ribeiro

sábado, 24 de agosto de 2013

Aborto Poético


Atento,
Penso se já não era sem tempo
Pois, de fato, sentia que
Dentro
Calor não mais fazia
Só o frio a me avisar
Que um feto morto havia
.
Queria parir esta poesia
Mas parei.
Com a dor que pungia,
Já não me cabia
Decidir para onde vão
As poesias mortas
Por imperfeição


Élisson Ribeiro

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CadeirIdade




Quando eu era criança eu achava a cadeira a coisa mais espetacular do mundo
Aquelas que abrem e fecham
Parecia que elas podiam desdobrar-se em várias coisas e servir como objeto de estudo e apreciação
Suas transversais, suas formas paralelas
Os pontos de interseção
Os parafusos e as porcas
Hoje as cadeiras servem para sentarmos
Algumas incomodam minha escoliose.
Muda

Élisson Ribeiro

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

À Liberdade



Porque roubei a liberdade do meu coração,
Disse que ele era livre pra chorar
É coisa que sempre o permito
Sempre que vontade lhe dá

Um dia ele descobriu
Descobriu que chorava porque
Não era livre
Ao invés de matar-me
Matou a liberdade
- Porque te amo, disse.

Élisson Ribeiro

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Querer

Não faço nada que não tenho vontade... O que não tenho vontade faço porque quero.

Élisson Ribeiro

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Entre sol e lua, prefiro ser eclipse.

Amarelo


Na loteria da barriga
Vamos ver quem vai nascer
Se é homem, se é mulher
O que importa, lá pra frente
É quem vai querer comer!

Élisson Ribeiro