segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ao Amor II - Soneto


A sua descrença diminui com o seu querer
E sente a essência que percorre o sentimento
Dentro de um cálice que habita tal alento:
O amor mais tenro, mais pulsante a envolvê-lo

Tão pervasivo e irritante é, o que o toma
Já não quer mais um outro sujo, indecifrável
E se a beleza é, mesmo assim, incomparável
Disfarça dores, corre, o prende numa redoma

Mas não importa para o outro a grande fuga
Mesmo que ele esteja procurando a cura
Terá, no fim, o possuído, um ser lascivo, apaixonado,

Que nas veredas deste cálice ignoto
Recebe à boca este veneno perigoso
Das mãos - as quais sempre esperou - de um ser amado

NinO RibeirO