sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ultimamente

Ultimamente tenho andado taciturno

Sereno, brando, pouco riso, pouco tudo

Ultimamente tenho visto absurdos


Eu quero a parte que me cabe desta terra miserável

Eu pego a chave que me abre esta fresta questionável

Eu vejo o mundo, enxergo o ponto peregrino, paradoxo

Me fecho mudo, eu nego o todo repetindo o que não gosto


Eu sou o bem que quer vencer o que o mal quer esconder

Estou refém, se quer saber, do animal do não saber

Me sinto murcho, um velho tolo e enrugado

Distinto e burro, um elo torto e mal atado


Se o nó foi cego, eu vejo então um mal olhado

Sem dó me apego à retidão de um desatado

Ultimamente tenho andado tão cansado...


NinO RibeirO

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